Por Profa. Elisalva Teixeira Guimarães
O cultivo celular consiste na manutenção de células vivas em um ambiente artificial, independente do organismo que a originou (Figura 01). Trata-se da principal ferramenta utilizada em biologia celular e molecular, fornecendo modelos para estudos tanto da fisiologia normal quanto da patogênese da célula. As técnicas de cultivo celular permitem realizar estudos e experimentos de diversos tipos tais como: investigar a resposta das alterações da célula, o crescimento e desenvolvimento de tecidos, as propriedades de agentes cancerígenos, o efeito de drogas e compostos tóxicos, biofármacos, genética, engenharia tecidual, dentre outros. Além disso, existem muitas vantagens no uso de cultura de células como modelo experimental. O controle do ambiente, a reprodutibilidade dos ensaios, a homogeneidade da amostra, a redução do uso animal e a economia são as principais vantagens.
As células podem ser removidas diretamente do tecido e desagregadas por meios enzimáticos ou mecânicos, ou podem ser derivadas de uma linhagem celular específica. Sejam elas isoladas ou formando tecidos, só podem ser cultivadas in vitro quando mantidas em instalações adequadas com controle de esterilidade, de temperatura, de gás carbônico e umidade. Alguns equipamentos são necessários para este fim como a câmara de fluxo laminar, um sistema que permite a remoção de partículas do ar e protege contra a contaminação cruzada (Figura 02) e a incubadora (Figura 03), a qual preserva a temperatura a 37°C e o CO2 a 5%, mantendo o pH do meio de cultivo.
A implantação de técnicas de cultura celular em laboratório fomenta o desenvolvimento de pesquisa em diferentes áreas, como a engenharia genética, terapia celular, química, bioquímica, farmacologia, microbiologia, botânica, histopatologia, veterinária, hospitais, bancos de sangue, dentre outros, além de impulsionar as práticas de ensino (graduação e pós-graduação), pesquisa e de extensão.